ROTA COMANDO, O "FILME"


Quando criei esse blog e me propus a aqui escrever um pouco sobre cinema, o fiz tanto porque sou um adorador da sétima arte, quanto pelo fato de que gostaria de dividir com vocês, meus queridos leitores, emoções, impressões, sensações e opiniões que formei, sejam elas boas ou ruins.

Hoje faço um papel quase que de utilidade pública ao dedicar as linhas seguintes à critica do "filme" - pelo menos os produtores assim querem chamá-lo - Rota Comando. Segundo a própria produção, esse troço - que me causa asco chamar de filme - foi inspirado no livro Matar ou Morrer, de autoria do deputado estadual de São Paulo, Conte Lopes.

O negócio é tão ruim, mas tão absurdamente péssimo, que não sei por onde começar a descrevê-lo. Na verdade, acho que meu escasso conhecimento do vernáculo me impossibilita ter adjetivos suficientes para qualificá-lo.

Eu não li o livro, portanto não posso dizer-lhes o que seria pior, se o vídeo ou o texto escrito. Todavia, considerando-se o autor do folhoso, deve ser uma porcaria sem precedentes.

A "produção" paulista é claramente inspirada no sucesso que obteve o carioquíssimo Tropa de Elite, filme de altíssima qualidade, opinião forte e honestamente polêmico. Entretanto, como sói acontecer nas hipóteses em que a terra da garoa tenta copiar os pontos altos da cidade maravilhosa, o resultado é mais que lamentável.

Provavelmente devem estar se perguntando porque assisti ao filme se é tão ruim assim. Eu repondo: não assisti! Ao menos não assisti completamente. Confesso que fiquei curioso para saber como teria sido a abordagem da pseudo tropa de elite paulista e, então, tive acesso ao DVD.

Bastaram 2 minutos - no máximo! - para que eu tivesse a absoluta certeza de que se tratava de uma aberração cinematográfica. Depois disso, comecei a pular de trecho em trecho, observando meros 30 segundos a 1 minuto em cada pausa, apenas para ter certeza de que a minha primeira impressão não havia sido equivocada.

No sentido estrito do aspecto técnico do "filme", logo de cara se percebe que a imagem é horrorosa. O áudio é ridículo. A filmagem é toda feita com as câmeras bem próximas, fechadas nos "atores". Não se enganem dando uma chance à obra ao cogitarem que talvez fosse uma opção do "diretor", uma espécie de metalinguagem que tenha resolvido utilizar. Na verdade, isso se deve ao fato de que o filme não tem nenhuma locação que preste e os cenários são ridículos. Todas as cenas externas tiveram de ser curtas e filmadas de perto, tamanha a precariedade da produção.

Quanto à atuação do elenco (se é que assim pode ser chamado), também me faltam palavras e adjetivos de baixo calão para descrevê-la. Não há qualquer interpretação, nenhuma sensibilidade e as personagens estão absolutamente mal representadas. O grande destaque é a participação do autor do livro, o deputado Conte Lopes. Quando ele abre a boca para falar parece ler rapidamente um texto posto à sua frente, com o olhar fixo e imutável em um papel. A fluência se equivale à de uma criança tentando ler nos seus primeiros dias de alfabetização. Lamentável e indescritível.

Em resultado diametralmente oposto ao Tropa de Elite, o "filme" não deixa qualquer elemento que incite discussões acerca da suposta realidade social retratada nas imagens e não vale a pena qualquer debate minimamente sério sobre a inclinação facista da obra. O troço é um lixo e ponto final. Pode ser um dejeto facista, mas sem qualquer credibilidade.

A grande pergunta que a produção nos faz é a seguinte: como pode, após o resultado dessa bosta, o Elias Junior ter a cara-de-pau de se autodenominar diretor e produtor de cinema?! Faço idéia da desonra que deve ser para Walter Salles, Fernando Meirelles, José Padilha, Nelson Pereira dos Santos, Sérgio Rezende e tantos outros profissionais de cinema de qualidades infindas terem como "colega" uma aberração dessa envergadura.

Enfim, não assistam!

Até a próxima.
11 Responses
  1. Unknown Says:

    Mais de 10 dias e nenhum comentário sobre sua crítica?

    Vai ver sua crítica está no mesmo nível do filme...


  2. Caro Dinho, seja bem-vindo à Tribuna.
    Duas considerações:
    1 - Quando escrevo sobre filme, faço como um apaixonado por cinema e expresso minhas impressões pessoais. Não sou crítico profissional nem cineasta.
    2 - Por mais que sua crítica não seja construtiva, será sempre muito bem recebida aqui, o que prova como essa Tribuna é um espaço democrático.
    Se você não gostou do que escrevi, tudo bem, tem todo o direito, afinal, gosto é uma coisa muito pessoal, não é verdade?
    Entretanto, pra mim, minhas considerações revelam o que o filme é. Aliás, o que escrevi ainda foi pouco perto do lixo, da porcaria absurda que é o vídeo.
    Se gostou do filme, que bom pro pseudo-diretor, não é? Pelo menos alguém para assistir.
    Se não gostou apenas dos meus comentários, quem sabe um dia eu alcance seu nível de exigência?
    Obrigado pela visita.
    Abraços.


  3. Unknown Says:

    Felipe , concordo com cada palavra que voce escreveu na sua critica , eu sou ator profissional e nao acreditei no que vi , o filme nao tem adjetivos pra ser classificado , mas fazer o que , se essa eh a ROTA de sao paulo como mostra o filme , manda eles aqui em casa que eu sou mais homem que todos eles juntos , e os bandidos entao meu deus , da do , um bando de playbloy esteiotipando o jeito de falar dos paulistas , nada a ver com nada , nao sei como o diretor teve coragem pra lancar esse filme , pelo menos alguem tem coragem no filme , porque a ROTA Mesmo parece mais um bando de loko com arma na mao e cara de cu ...uma das melhores comedias que eu ja vi na vida , cuidado jim carrey , a ROTA tah ai , hahahahahahha
    abraco
    Paulo


  4. Paulo, seja muito bem-vindo!
    Pois é, o filme é mesmo lamentável. Não entro nem no mérito da própria polícia ou do enredo em si.
    Mas o filme pelo filme, dá nojo.
    Acho que com a câmera do meu celular dá pra fazer coisas melhores.
    Espero ter sua constante visita aqui na TRIBUNA.
    Abraços,
    Felipe.


  5. kurtz19 Says:

    Realmente as interpretações são fracas e imbecis,o filme é uma porcaria só,nem o Conte Lopes escapa,o filme de tão ruim não gera nenhuma discussão, o filme tentou heroizar os policiais da ROTA ,a o contrario do Filme Tropa de Elite que mostrou os policiais do BOPE como eles são,o filme é uma ofensa aos policiais da ROTA,nota 0 para o filme e para seu elenco e seu diretor.


  6. kurtz19 Says:

    Realmente as interpretações são fracas e imbecis,o filme é uma porcaria só,nem o Conte Lopes escapa,o filme de tão ruim não gera nenhuma discussão, o filme tentou heroizar os policiais da ROTA ,a o contrario do Filme Tropa de Elite que mostrou os policiais do BOPE como eles são,o filme é uma ofensa aos policiais da ROTA,nota 0 para o filme e para seu elenco e seu diretor.


  7. Anônimo Says:
    Este comentário foi removido pelo autor.

  8. Sarah Says:

    Concordo em todos os sentidos. Acabo de assistir o filme rsrs decepção total. Li o livro do Barcellos Rota 66 e esperei o filme para ver se haveria alguma especie de resposta, e como já deve saber, a ROTA perdeu sua chance de se defender de acusações que julgam ser falsas.
    Você esqueceu de citar outros pontos fraquissimos do "filme" como a história, ou melhor, a ausência dela. Não sei nem como explicar o que foi feito, simplesmente personagens foram esquecidos no meio do filme, depois reapareciam.
    O linguajar dos bandidos foi escrito sem o menor critério, visto que os traficantes cariocas usavam as mesmas gírias dos paulistanos, girias estas que se tornaram cômicas na boca dos atores péssimos.
    Nenhuma grande cena, nem mesmo a da morte que prometia ser emocionante conseguiu me emocionar.
    Detalhe: O único ator conhecido do filme, apareceu por no máximo 40 segundos e não disse uma única palavra...E não foi A aparição, do estilo Rodrigo Santoro em Panteras, onde ele n precisou dizer nada pra se fazer presente, foi ridículo, tosco, mal feito, perdi 2:18 minutos da minha vida e a decepção de ter esperado um grande filme não tem preço.


  9. Sarah Says:

    Ah esqueci o que mais me deixou passada: Nenhum PM, nem mesmo os da ROTA usavam colete a prova de balas. Aquilo foi mesmo baseado em fatos reais? Desde quando policia entra em favela de peito aberto?
    Talvez faltou verba pra descolar uns coletes né?


  10. "Bom, o que falar do filme Rota?
    Baseado no Livro “Matar ou Morrer” de Conte Lopes ex-capitão da Rota e atual Deputado Estadual de São Paulo, é um filme de baixa produção com atores que não souberam dar a emoção necessária. O roteiro é ruim, gira em torno de dois bandidos que vieram do Rio de Janeiro, mas não segue uma linha lógica, falta diálogos pois as frases resumem em : Caralho, Porra, Tá tirando? Aqui é a Boca do Dragão, Caralho, caralho e caralho……
    O filme já começa com um erro Crucial, são dois bandidos que estão fugindo de um Morro do Rio de Janeiro por homicídio, vê-se claramente que não se trata de uma favela do Rio de janeiro foi gravado em qualquer beco periférico de São Paulo, quem conhece a capital sabe do que falo a imagem periférica da cidade tem um esteriótipo e foi com este esteriótipo que tentaram fazer de conta que é um cenário da cidade do Rio. Segundo erro, os dois bandidos não tinham sotaque de carioca, um dos bandidos era do Ceará e tão pouco este quanto Vadão o bandido carioca tinham seus respectivos trejeitos de falar, sem esquecer é claro que todas as gírias usadas por ambos eram paulistanas.Terceiro fica totalmente vago quem foi morto no tal morro carioca e qual dos dois personagens matou esta terceira pessoa, bom mas isto ficou esclarecido quando chegaram numa favela de São Paulo em uma quebrada chamada “Boca do Dragão” a qual ambos foram pedir estadia para o dono da bocada, conhecido como Alemão, que já conhecia Vadão porque certa vez também pedira arrego no Rio quando em apuros. O Cearense para ficar na bocada teve que explicar a sua história, ai fica claro o homicídio contra a esposa que o traia. Vadão dedurou e “Ceará” matou (Digo Ceará porque não recordo o nome do personagem).Começam então todos os bandidos reunidos a cometer crimes. Não pude deixar de perceber que em quase todos crimes ocorriam estupro, e que em todas as ruas de São Paulo havia uma ocorrência, é claro São Paulo é uma cidade com alta periculosidade para um civil, mas da maneira que demonstram dá a entender que se saíres porta a fora na capital serás logicamente vítima de alguma ocorrência barbara; o que não é fato. Li alguns comentários e estes informam que o ocorrido interpretado na película datam entre 1.992 a 1.994, porem não existe nenhuma informação de quando ocorreu o fato durante o filme.
    Minha crítica não consiste na comparação entre o filme Tropa de Elite e Rota, já que Tropa de Elite é um filme que custou muito mais que o filme da Rota, menos ainda para comparar a qualificação entre as duas corporações. Embora a frase inicial da narração do filme Rota faça uma comparação indireta entre o eles e o Bope.
    Mas enfim, sou da opinião que vale a pena ver o filme para conhecer antes de criticar, até mesmo porque o Brasileiro dá maior importância aos filmes estrangeiros em especifico os do Norte da América, que muitas vezes é tão ruim quanto. Se for para gastar assistindo um filme ruim, que seja ao menos nacional, afinal estaremos ajudando o Cinema Brasileiro e não aqueles que já tem recursos suficientes para fazer muito efeito e pouca história."


  11. sil Says:

    Eu assisti essa merda ontem. Fiquei com vergonha. É mesmo uma produção paulista? Fiquei com vontade de chorar. São Paulo podia ter ficado sem essa. O pior é que faz o maior sucesso entre o povão que frequenta o camelô. Por isso foi lançado direto em DVD. Haveria revolta se alguém gastasse R$ 16,00 numa porcaria dessa. Iam quebrar o cinema.