POLÍCIA DE MERDA!


Antes de lhes dizer o que pretendo, gostaria de iniciar essas linhas pedindo-lhes desculpas pela palavra chula que compõe o título deste texto.

Mas a situação que agora passo a lhes contar, meus queridos leitores, é lamentável e asquerosa. O que torna o cenário ainda mais catastrófico é a frequência com que fatos como esse têm ocorrido na minha tão mal tratada cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Na noite de ontem (conforme podem assistir no vídeo abaixo), um casal ia para casa, no subúrbio do Rio, quando percebeu que uma viatura da Polícia Militar (assim, sem negrito, pois esse nome só tem sido motivo de desonra) estava atrás do seu carro, com luzes acesas, como se pedisse passagem.


Apesar de ter sido aberto caminho para o automóvel policial, aqueles que deveriam ser os homens da lei permaneceram seguindo o casal e - pasmem! - resolveram disparar tiros de fuzil contra o seu carro!

Por uma generosa concessão da sorte, o homem que estava ao volante apenas teve um ferimento no braço, sem grandes riscos para sua saúde.

Mesmo após cometer essa barbárie, um dos policiais ainda abordou o casal como se estivesse lidando com um lixo humano, com uma espécie de tratamento que nem aos animais seria tolerável.

Quero deixar muito claro que não estou fazendo um julgamento antecipado dos milicianos. É verdade que essa é uma versão contada apenas pelo casal. Mas nenhuma outra história cabível nesse contexto permitiria que os policiais pudessem agir de uma forma tão truculenta e tirana!

Não sei o que dirá a polícia, mas que tipo de suspeita poderia gerar um casal dentro de um carro, na frente de uma viatura policial, a ponto de justificar um tiro disparo por trás, covardemente, como se fora uma tentativa fria e cruel de execução?

O que mais me preocupa é que esse não é um caso isolado. Quem não se lembra do caso do menino João Roberto, morto por disparos policiais quando estava dentro do carro junto de sua mãe?

Insisto que não quero fazer qualquer espécie de juízo afobado dos policiais. Mas é assustador ver a tranquilidade com que esses monstros, por muitas vezes, justificam suas ações sob a alegações de que os "suspeitos" estavam fugindo. E daí? Se um suposto criminoso estiver fugindo poderia a polícia simplesmente executá-lo? Teriam os milicianos o direito de matar quem apenas tenta fugir, sem oferecer qualquer resistência ou risco de morte aos agentes públicos?

Cada dia que passa, me parece que nossa polícia tem de ser totalmente renovada. Custo a acreditar que por mais policiais nas ruas, com essa política truculenta, possa favorecer de qualquer modo nossa população, que a todo momento é vítima, inclusive do poder público.

A filosofia e a orientação que nortearam os fatos lamentáveis ocorridos na noite de ontem, fazem parte, infelizmente, da mentalidade dos policiais fluminenses. Não sejamos ingênuos ao ponto de acreditarmos que uma mera troca no comando geral dos órgãos de polícia vai resolver o problema. Chego a duvidar que novos treinamentos modifiquem essa realidade. A situação é tão caótica, que talvez fosse preciso uma substituição quase geral nos quadros da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. Está difícil ver luz no fim do túnel.

Até a próxima.
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