Dia desses, navegava pela internet lendo matérias jornalísticas e pesquisando textos de sítios interessantes quando, de repente - e absolutamente ao acaso - deparei-me com o blog da atual ministra e candidata à presidência da república, Dilma Rousseff (vejam aqui, se tiverem estômago).
É óbvio que o lógico seria esperar por uma página que louvasse os feitos e as opiniões da ministra e dos seus correligionários, bem como, buscasse, de uma forma civilizada - ao menos é o que suponho ser adequado - diminuir ou criticar a postura de seus adversários políticos.
Apesar de muitas vezes acreditar, ingenuamente, que nada mais me surpreende nesse mundo de politicagem - que, diga-se de passagem, é absolutamente diferente do ambiente dignamente, se é que existe, político - o blog da "pré"-candidata deixou-me boquiaberto e estupefato.
Passei alguns longos instantes - pareciam infindos - lendo os artigos publicados no tal veículo de divulgação de campanha (convenhamos, é isto que aquele blog é) e, a cada linha lida, mais indignado e embasbacado eu me tornava.
Pausa para parênteses. Quero deixar claro, desde já, que, embora possa inicialmente parecer, não estou aqui fazendo campanha contra a Dilma. Daqui da TRIBUNA, ao falar de qualquer assunto relacionado a política, desempenho o mais claro papel de advogado do diabo. Coloco o dedo na ferida de quem quer que seja, sem partidarismos, preferências por este ou aquele ou ideologia pré-concebida; tudo dentro dos limites do que Max Weber entendia ser possível. Fecham-se os parênteses.
O que mais me causou espécie foi a intolerância da candidata. É impressionante como nada nem ninguém deixa de ser completamente execrado, ridicularizado e ofendido pela ministra se com ela não dividir as mesmíssimas opiniões.
Eu não tenho dúvidas que uma candidata à presidência deva ter conlusões fortes e fazer esforços para demonstrar que suas opções são as mais acertadas. Mas estou ainda mais convicto de que o representante máximo deste país, quem quer que seja, precisa ser tolerante, justo e democrático.
O que a chefona Dilma nos revela em seu blog é exatamente o oposto. Há, por lá, um festival de intolerância. Uma postura digna de tiranos outrora tão veementemente combatidos pela candidata.
Todos (eu disse todos!) os posts que versavam sobre políticos ou membros da sociedade civil que elevam vozes em qualquer direção minimamente diferente das ações da candidata eram destinatários dos maiores impropérios que se pode esperar de uma pessoa pública, ocupante de um cargo tão importante na direção da nação.
Além disso, os únicos elogios (escassos, ressalte-se) existentes no veículo de comunicação citado eram para aqueles que, de alguma forma, louvavam a ministra e/ ou a escolha do presidente Lula em apoiar a sua candidatura. A mensagem era clara: só é inteligente ou digno aquele que apóia a Dilma e o faz claramente. Qualquer posicionamento contrário já é suficiente para uma enxurrada de ofensas.
Após ler o tal blog, veio à minha cabeça a última eleição presidencial, em que o Lula foi reconduzido ao posto. Lembrei-me de que, sob fortes acusações de relação ou, ao menos, tolerância com o mensalão, Lula dizia que seus adversários só sabiam falar disso; que não traziam propostas políticas, projetos ou discussões saudáveis para a disputa. Concordo, em parte, com o presidente. De fato, ao meu ver, é fundamental que o foco principal dos candidatos ao principal cargo da república seja discutir propostas e bons projetos para solucionar os diversos problemas que assolam o Brasil. Entretanto, em um país cujo povo tem memória curtíssima, também é indispensável que não deixemos de lembrar a toda a população os deslizes, erros e absurdos cometidos por cada canditado, sem qualquer distinção.
Pois bem, apesar daquele claro posicionamento presidencial, à época completamente apoiado pela Dilma, o que vemos hoje é uma postura diametralmente oposta da candidata. Ao que me parece, seu blog é dedicado, exclusivamente, a atacar incessantemente a oposição. Não há, ali, discussões políticas, mas apenas investidas agressivas desenfreadas, como se o ideal para o país fosse um partido único, bem semelhante aos regimes tiranos.
Ainda estou a pensar. Se antes do início da campanha oficial à presidência da república a ministra já se porta dessa maneira, absolutamente despótica, imaginem só como será sua postura se eleita. Parece que a Dilma muito aprendeu e anda inspirada em seus velhos inimigos, aqueles ditadores de farda que tanto assombram nossas memórias.
Até a próxima.
A Arrogancia e a grosseria é o pior. Pior o Molusco, "nosso guia" como diz o gaspari, que montado nos índices de popularidade acha que pode falar qualquer merda. Acha não o cara pode e fala mesmo.
O pior é que debate sério não rala nem de um lado nem do outro, a briga é só para saber quem vai ficar com os cargos. E quem vai ficar de fora da bocada. Tá complicado.
É uma parlapatona! rs rs