PIADA DA ANJ


Ontem a Associação Nacional de Jornais - ANJ - comemorou, com um dia de atraso, seus trinta anos de existência.

O assunto mais abordado pelos oradores que ocuparam a tribuna do evento foi, de longe e sem sombra de dúvida, a questão da liberdade de expressão e as atitudes suspeitas e autoritárias praticadas contra essa característica essencial de um Estado Democrático de Direito.

Até aí, perfeito! Não tenho a menor dúvida de que a imprensa cumpre um papel importantíssimo para a sociedade. Ou melhor, deixem-me começar essa última afirmação de novo. Não tenho a menor dúvida de que a imprensa deveria cumprir um papel importantíssimo para a sociedade, o que, necessariamente, tem de ser feito por meio de um jornalismo sério e isento.

O cômico na comemoração do trigésimo aniversário da ANJ foi quando sua cúpula começou a demonstrar a que veio e a que se presta. Começou por fazer críticas diretas à Rede Record. Eu, particularmente, não tenho nada nem contra nem a favor à emissora. Os mais céticos talvez diriam que essas críticas eram globais. Ah, mas isso diriam os céticos. Os céticos, ora bolas!

Entretanto, o importante não foi nada disso. O ápice do festejo foi o título de sócio honorário da ANJ dado a João Roberto Marinho, que, posteriormente, proferiu um "belo" discurso.

Do púlpito, disse o empresário, ao final de sua intervenção, que "o que conforta é saber que o norte é o mesmo e que, no fim, aqueles que praticam o bom jornalismo serão reconhecidos".

Vejam que ironia, meu caros leitores. João Roberto Marinho, vice-presidente das organizações Globo (aquela mesmo, que se vendeu à ditadura para crescer no mercado), falando em bom jornalismo. Será que ele sabe o que é isso?

Devem estar gozando com a nossa cara. Só pode ser piada!

Até a próxima.
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