Por alguns instantes pensei que o amor fosse proporcional às saudades. Saudades enormes, amor enorme.
Mas não. Nem mesmo essa imensa, latente e dolorosa saudade chega perto do meu incomensurável amor.
Sempre gostei dos conceitos. Mas por eles me sinto traído. Por definição, supunha que o que é incomensurável ou infindo não pode crescer, pois que não comporta medidas.
Mas meu amor rompe barreiras, destrói dogmas e surpreende em sua simplicidade singela.
O amor que já se mostra sem medidas consegue, paradoxalmente, crescer mais a cada dia. Rompe com a filosofia kantiana e prova, talvez, que o infinito só assim o é em razão da nossa incapacidade de medi-lo.
Hoje acredito que até o que não tem fim pode ficar ainda maior. Essa minha incongruência é a rainha da minha poesia e até os pseudos-poetas, como eu, podem romper com a racionalidade com direito e propriedade.
Por isso acho que o que não tem fim é aquilo que é extenso para além do compreensível, mas nada impede fique ainda maior.
É assim o meu amor; é dessa forma a inspiração que me irradia o ser e me põe a desenhar palavras de sentido transcendental.
O amor que ontem era infindo, hoje tem uma infinitude ainda maior. E se os dogmas ou a filosofia do conhecimento unanimemente me acham desarrazoado, pior para eles. Já dizia o velho mestre que a unanimidade é hedionda.
O tempo parece ser a medida dos não afortunados. Não preciso dele. A menor fração do instante se torna eterna e inesquecível na constância do meu amor sublime.
A verdade é quem nem mesmo os pensamentos sobrepostos ou a tentativa ineficaz de verbalizar os meus sentimentos são capazes de traduzir a magnitude de uma simples palavra carregada de magia e altivez: amor.
O amor que não se cansa de crescer e que amanhã fará dessas palavras mero esboço da sua plenitude.
Até a próxima.
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